10º Capítulo

Olá!

10º Capítulo

1ª Parte – Versão da Nessie

- Mas que verdade Leah? Do que é que estás para aí a falar? – perguntei-lhe.
- Sempre não sabes, claro que ele não te ia contar, é demasiado medroso para isso, ele deve pensar que não valia a pena saberes, que é passado e …
- Chega, fala de uma vez Leah. – pedi-lhe.
- Ok, ok, eu vou te contar a história toda. Há uns anos, quando a Bella e o Edward começaram a namorar, o teu pai deixou-lhe e foi-se embora, a tua mãe ficou muito triste e entrou depressão, mas depois o Jacob apareceu na vida dela e eles ficaram muito próximos, mas já desde miúdos que o Jake gostava da tua mãe e ficaram mais próximos. – o quê? O Jacob foi apaixonado pela minha mãe? Não isto só pode ser uma brincadeira. – Mas entretanto o teu pai voltou e depois casaram-se e o Jacob ficou muito revoltado e quando os teus pais chegaram da lua-de-mel e o Jacob soube que a Bella estava grávida e viu que tu a estavas a matar ficou cheio de raiva de ti e até queria te matar. – ahh? O Jake quis-me me matar?
Eu podia não estar viva neste momento?
- Mas tu nasceste e ele teve a impressão por ti e não te matou, nem sei o que teria acontecido se ele não tivesse tido a impressão. – eu ia cai no chão, apoiando-me pelas mãos.
- Por…porque… - eu mal conseguia falar e apenas gaguejava. – Porque me estás a dizer isto? – perguntei-lhe.
- Porque acho que mereces saber tudo.
- Mas…o Jake..ele….
- Sim, é verdade, mas digo-te mais és uma rapariga de sorte. Ele é mesmo quente. – ela estava encostada a uma árvore e olhava para o céu e suspirava. – As noites que passámos juntos foram maravilhosas. – naquele momento os meus braços fraquejaram e fui com a cabeça ao chão, parecia que me tinham acertado com um punhal no coração, eu estava completamente destroçada, só de pensar o Jacob com aquela cadela, eu estava em estado de choque, olhei para ela e estava a rir-se, como é que conseguia achar graça ao sofrimento dos outros?
- Mas querida, tu eras pequena, o que querias que ele fizesse? Tu aceitas não é? Afinal tu eras uma pequena criança, e ele…bem…já era um Homem. – não lhe consegui responder, só queria sair dali.
Entrei no carro e fui em direcção á casa da Emily, quando cheguei não me apeteceu entrar e falar com ninguém, simplesmente sentei-me nos degraus da porta, rezando para que ela não saísse de casa.
Como é que o Jake me pode esconder uma coisa destas?
Como é que o Jake me pode fazer uma coisa destas?
E a minha mãe?
Como é que ela me pode fazer uma coisa destas?
Eu estava completamente zangada com os dois, mas por incrível que pareça não senti vontade de chorar, nem de gritar, nem nada, apenas que tudo não passasse de um pesadelo e tivesse adormecido na praia e quando acordasse visse os grandes olhos escuros do Jake a acordar-me e os seus lábios a prenunciarem que tinha sido apenas um pesadelo.
Mas não era, era tudo verdade.
Foquei-me numa parte da conversa, na parte em que a Leah me disse que dormia com ele quando era mais nova e nesta parte eu não podia ficar chateada com ele, ele é homem, eu era apenas uma pequena criança, o que é que eu queria que ele fizesse?
Que esperasse anos e anos por mim?
Claro que não.
Nesse aspecto não podia dizer nada, ele apenas estava a fazer o certo para ele, mas claro que magoava saber que ele pertenceu a outra, mas não podia pensar nisso, pois naquela altura ele era adulto e eu uma simples criancinha.
Mas a parte que ele tinha sido apaixonado pela minha mãe, acho que deveria ter sabido.
Afinal era a minha mãe, a minha própria mãe.
E saber que neste momento podia estar morte….nem queria pensar nisso, era demasiado horrível para pensar nisso.
Tinha a cabeça no meio das pernas que nem dei pelo tempo passar, podia ter passado segundos, minutos ou horas que não dei conta.
Quando ouvi uma voz que bem conhecia, e se fosse á um tempo atrás, eu adoraria e ficava felicíssima, mas naquele momento só me apetecia estrangula-lo, mas não!
Acalma-te Renesmee.
- Olá amor, desculpa, mas o rapaz não conseguia transformar-se. – ele estava a vir em minha direcção, mas não conseguia suportar aquelas mãos em cima de mim, por isso segui para o carro, entrei no banco ao lado do condutor e ele estranhou mas também entrou dentro do carro, quando me ia ia-me beijar e eu simplesmente encolhi-me no banco e pedi-lhe para me levar a casa.
- O que se passa Nessie? – ele ainda tinha a coragem de me perguntar o que se passava?
- Nada, simplesmente quero ir para casa. – respondi-lhe.
Ele ficou com uma cara chocada e estupefacta, mas não disse nada e começou a conduzir o carro em direcção á minha casa.
- Nessie, fala comigo, o que é que se passa? – simplesmente não lhe respondi.
Quando chegámos sai do carro a correr e fui a correr em direcção á minha casa, só queria entrar no meu quarto e ficar sozinha.
Durante o pequeno percurso ouvi o Jake atrás de mim e a chamar-me, mas não liguei.
Entrei em casa a correr e os meus pais nem tiveram tempo de falarem comigo.
- Olá Ness….
“Pai manda o Jacob embora e diz-lhe que não o quero ver mais na minha vida e não quero ser incomodada.” – pedi ao meu pai em pensamento.
Entrei no quarto e deitei-me na minha cama exactamente no momento em que começaram a escorrer lágrimas pela minha face e lembrei-me de toda a conversa que tinha tido com a Leah.
Mas os berros na sala não me faziam conseguir concentrar na tristeza e só conseguia ouvir a voz do Jake e do meu pai a gritar com ele.
- O que é que tu fizeste com a minha filha cachorro?
- Eu? Edward não sei do que é que estas a falar. Ela já estava assim quando a fui buscar á casa da Emily. Edward pára eu não fiz nada. Mas eu gostava de saber o que é que a Nessie tem.
Ouve-se um silêncio na sala e passado um tempo o meu pai voltou a falar.
- A Renesmee sabe da tua paixoneta pela Bella.
- O QUÊ? - o Jacob gritou. – Quem lhe contou?
- A Leah. – respondeu o meu pai.
- EU VOU MATAR AQUELA CADELA, ELA NÃO TINHA NADA QUE ABRIR A BOCA.
- Jacob não é só isso que ela sabe.
- O que é que aquela cadela lhe disse mais?
- A Leah disse-lhe que antes de teres a impressão por ela a querias matar, ela pensa que podia não estar viva neste momento se não fosse a impressão. – o meu pai estava a contar tudo o que eu sabia, que raiva….
- EU VOU MATAR AQUELA CADELA, ELA NÃO SABE FICAR DE BOCA CALADA?
- Jacob, ainda não acabou. – ouve-se um silêncio na sala. – A Leah disse-lhe que dormias com ela quando a Nessie era pequena e agora ela não acredita que a amas de verdade.
- O QUÊ? Ai que eu vou matar aquela mentirosa. Eu nunca dormi com ela. – gritava o Jacob. - Há uns anos atrás ela só chorava e chorava por causa do Sam e ia para minha casa e adormecia lá, mas apenas a ajudava e falava com ela, tu sabes Edward, por favor fala com a Nessie.
- Jacob, mas a Nessie não esta chateada contigo por achar que dormias com a Leah, ela acha que era normal, afinal eras Homem, e ela uma criança…
- Mas não é verdade…..nunca na minha vida dormi com a Leah.
- Pronto, mas tens que te preocupar é que ela não perdoa que lhe tenham contado sobre os teus sentimentos passados pela Bella.
“Pai cala-te por favor! Não quero saber de nada, sai da minha cabeça.”
Como é que o meu pai podia estar a fazer uma coisa destas, hoje só queria dormir.
Mas os barulhos na sala eram impossíveis de não se ouvir, então o Jacob que gritava com um maluco.
- Mas isso foi no passado Edward e o que eu sentia pela Bella nem era metade pelo que sinto por pela Nessie, a Bella era como se tivesse uma parte da Nessie nela, afinal a Nessie é filha dela, e eu apaixonei-me por essa parte, mas quando a vi pela primeira vez isso tudo mudou eu finalmente percebi o significado da vida e … Edward preciso de falar com a Nessie.
- Hoje não, amanhã se ela estiver em condições vocês falam. Vai te embora Jacob, deixa a minha filha pensar e reflectir. Amanhã falam.
Não sei se é verdade ou não mas eu estava demasiado cansada e magoada para aceitar seja lá o que for hoje, agora só queria dormir e esquecer tudo, ou pelo menos tentar.
- NÃO! NÃO! NÃO VOU SAIR DAQUI SEM FALAR COM A RENESMEE. – tapei os ouvidos com a almofada, mas isto de ter ouvidos super dotados de vampiro, ás vezes tem os seus inconvenientes, pois quando não queres ouvir alguma coisa, simplesmente não consegues tapar os ouvidos.
Não sei o que se tinha passado na sala, mas de um momento para o outro um silêncio pairou sobre a sala e não ouvia nada.
Passei a noite toda pensar no dia de hoje.
Hoje tinha sido um dos meus melhores e piores dias da minha vida.
Este tipo de dias estavam a ser uma constante esta semana.
Primeiro o dia em que começo a namorar com o Jacob, aquele pensamento fez com que mais lágrimas escorressem pela minha face, zanguei-me com o meu pai, e durante quase uma semana não falei com ele.
Hoje, pode-se dizer que tinha sido o primeiro encontro oficial desde que namorávamos e que tinha sido maravilhoso, mas a tarde mostrou-se simplesmente aterradora.
Não sabia o que fazer, não sabia se devia falar, se devia perdoar, se devia tentar confirmar, não sabia se devia esquecer, e agora…esquecer a conversa ou o Jacob Black?
Adormeci entre as lágrimas e os pensamentos de nunca mais querer ver o Jacob, um Jacob que pensei um dia vir a viver, um Jacob que pensei um dia a passar a minha eternidade, um Jacob que pensei um dia que me amava tal e qual como eu o amava, um Jacob que eu via todos os dias e pensava que o conhecia.
Mas nunca conhecemos as pessoas verdadeiramente, elas num momento podem parecer uma coisa e noutro momento mostrar-nos o seu verdadeiro lado que pode não ser o melhor e a partir daí conhecemo-la verdadeiramente.
E eu ainda só tinha conhecido um lado do Jacob, aquele lado que eu queria ver, aquele lado que pensei que fosse o todo e não apenas metade dele, o lado que ele me mostrava para me agradar, o lado bom dele.


2ª Parte – Versão do Jacob

- Jake! – ouvi uns gritos ao longe, mas quem é que estava a estragar aquele momento?
Aquele momento maravilhoso que eu ainda nem acreditava ser possível.
O momento em que apenas existia eu e ela, ela a minha menina, a minha Nessie, a minha vida, a minha impressão.
Percebi pela voz que só podia ser o Sam, então afastei-me dela e ele já lá estava junto a nós.
- Jake, desculpem, mas precisamos de ti. – levantámo-nos. – Olá Nessie. – cumprimentou-lhe.
Já há muito tempo que o Sam lidava bem com a Nessie, também, quem é que não se dava bem com aquela criatura maravilhosa?
- Olá Sam, mas o que se passa? – perguntou-lhe a Nessie, o que me fez voltar á realidade.
- Nada de grave, apenas mais um miúdo se transformou e este tem apenas 12 anos e ainda nem tem um corpo como os outros lobos tinham, ou seja, já adulto, ele é apenas uma criança, Jake por isso precisamos de ti, como Alfa és o único que o pode acalmar, o puto esta super assustado, coitado. – espera, rebobinem…um rapaz de 12 anos apanhou o gene de lobo e já se transformou? Eu estava completamente em choque, mas consegui falar.
- Mas Sam, estou com a Nessie.
- Jake ela pode ir para casa da Emily um pouco, também penso que seja rápido, basta tentares que ele volte á forma humana que depois nós tratamos do resto. – respondeu-me, sim rápido, basta que volte á forma humana, como se isso fosse assim tão fácil.
- Vá Jake vai lá, eu vou até a casa da Emily, não te preocupes, eu sei o caminho, vai. – disse-me a minha Nessie dando-me um empurrão que me vez acordar do transe que ainda estava pela noticia.
- Ok, mas eu não demoro, desculpa. – respondi-lhe e mandei-lhe as chaves do meu carro, ela tinha que ir para a casa da Emily de alguma forma.
Despedi-me dela e comecei a correr em direcção á floresta com o Sam ao meu lado.
Após nos transformarmo-nos ouvi uns gritos de alguém, que supus ser do tal rapaz.
“Qual o nome dela Sam?” – perguntei-lhe em pensamento.
“Brad”
“Ok. Brad, acalma-te.”
“O QUE É QUE SE PASSA? O QUE ME ACONTECEU. AJUDEM-ME” – pensou o miúdo completamente aflito.
“Acalma-te miúdo. Chamo-me Jacob e este é o Sam.”
“Jacob? Jacob Black?”
“Sim. Olha o que é que sabes sobre as nossas lendas?”
“O normal, que protegemos a população e tal….mas o que isso importa? Eu quero voltar ao normal. Onde é que vocês estão?”
Eu consegui sentir onde ele estava, estava na grande clareira onde tinha sido a guerra com os Volturi, mas neste momento não podia pensar nisso.
“Espera estamos a chegar Brad.”
Passado nem um minuto, já estávamos em frente dele.
Ele olhava para mim e para o Sam com um ar assustado.
“O que vocês são?”
“Neste momento o mesmo que tu, somos lobos Brad. Mas agora acalma-te.” Aquele sinal fez com que ele baixasse o focinho e curvasse perante mim, ai como eu detestava aquilo.
“Para Brad, mete-te direito.”
“Desculpa, não sei o que me deu.”
“Ele é o Alva miúdo, por tanto todas as ordens tens que obedecer” – disse o Sam.
“Vá, vamos lá ao que interessa, tenta acalmar-te, que assim que conseguires voltar á face humana conversamos”
Ele conseguiu acalmar-se e estava a respirar bem devagar.
“Agora pensa em ti como humano, pensa a andar com duas pernas e isso assim, pensa como um humano”
Após alguns tentativas falhadas, ele lá conseguiu e estava humano novamente, incluindo eu e o Sam.
- Jake se quiseres podes ir levar a Nessie a casa, depois voltas, eu e o restou do pessoal começamos a explicar-lhe as coisas.
- A sério Sam? Não te importas?
- Claro que não. Vai, mas depois volta, precisamos de ti aqui.
Despedi-me dele e do novo membro do grupo.
Desde á quatro anos que nos juntámos, basicamente era o Sam que liderava tudo e eu estava sempre de acordo pois discutíamos tudo antes de falar com o resto da alcateia, era como se fossemos os dois a mandar, mas quando a voz tinha que falar mais alto, como era o caso de hoje, era eu que liderava e tentava fazer o meu melhor, mas eu não era bom nisto, eu tentava fazer o meu melhor e o Sam até me ajudava.
A nossa amizade era maior por isso desistimos daquela coisa de duas alcateias, não era bom para nenhuma delas e era mais fácil assim.
Por vezes, sentia que estava a ser injusto para o Sam, pois ele não mandava completamente, mas era o que trabalhava mais, e sentia que era eu que tinha que fazer aquilo, mas o Sam dizia sempre que não fazia mal e eu deixava-o fazer, mas sentia-me mal.
Quando cheguei á casa da Emily via sentada á porta, com a cabeça entre as pernas.
- Olá amor, desculpa, mas o rapaz não conseguia transformar-se. – disse-lhe amavelmente, dirigindo-me a ela.
Quando ela olhou para mim, dirigiu-se ao carro e entrou e ficou sentada a olhar o vazio, mas o que se passava com ela?
Será que aconteceu alguma coisa em casa da Emily?
Entrei no carro e quando ia lhe beijar ela encolheu-se no banco como se eu fosse um leproso.
- O que se passa Nessie? – perguntei-lhe com uma cara estupefacta e sem entender nada.
- Nada, simplesmente quero ir para casa. – respondeu-me sem olhar para mim.
Eu estava completamente chocado com a reacção dela.
Mas será que foi alguma coisa que eu lhe fiz?
Comecei a andar com o carro, mas aquele silencio estava a matar-me.
Eu tinha que saber o que se estava a passar naquela cabecinha.
Eu tinha que saber o porque de ela estar a reagir daquela forma.
- Nessie, fala comigo, o que é que se passa? – perguntei-lhe na esperança de ouvir algo a sair da sua boca, mas nada saiu e ela continuava a olhar para o infinito.
Quando chegámos a casa dos Cullen, ela saiu disparada do carro e dirigiu-se em direcção ao riu, certamente para ir para a sua casa.
Corri atrás dela, e se tivesse sorte e o leitor de mentes estivesse em casa, podia ser que me explicasse o porquê de a Nessie estar daquela forma.
Quando entrei dentro de casa da Bella e do Edward, ouvi a porta do quarto da Nessie a bater com muita força e a cara de espanto da Bella e do Edward.
Mas passado uns breves segundos a cara do Edward passou para irritada, levantando-se rapidamente do sofá e encostou-me á parede.
- O que é que tu fizeste com a minha filha cachorro? – perguntou-me.
- Eu? Edward não sei do que é que estas a falar. Ela já estava assim quando a fui buscar á casa da Emily. Edward pára eu não fiz nada. Mas eu gostava de saber o que é que a Nessie tem. – respondi-lhe da forma mais calma e convincente que consegui, afinal ele lê mentes logo ele sabia que eu não tinha feito nada para a Nessie ficar assim, ou fiz?
Mas, de repente ele larga-me e suspira.
Foi nesse momento que o meu mundo desabou, o momento em que o Edward disse tudo o que a Nessie sabia, tudo o que aquela cadela da Leah lhe tinha contado.
Eu ia matar aquela cadela, não me importava de ela ser mulher ou mesmo ser da mesma alcateia, ela não tinha o direito de ter contado aquilo á Nessie, não tinha.
E quando a última noticia que a Leah contou a Nessie me soou nos ouvidos, quando o Edward disse aquelas palavras foi ai que eu sabia que aquela cadela estava morta naquele segundo.
A de eu ter sido apaixonado pela Bella, era verdade, não era o mesmo tipo de amor que sinto pela Nessie, nem tem comparação, mas sim é verdade.
A segunda, de eu querer matá-la quando a Nessie nasceu, infelizmente também é verdade, naquele momento só pensava na Bella, mas a verdadeira culpa não era da Nessie.
Estas duas informações que a Nessie sabia, infelizmente era verdade e ela poderia um dia me perdoar, caso conseguisse, mas agora a terceira notícia, ou melhor mentira, não era verdade, logo ela não poderia aceitar, nem acreditar nela.
A Nessie não poderia perdoar uma coisa que não aconteceu, eu nunca dormi com a Leah, pelo menos não desse jeito que ela pensava, a verdade é que eu nunca tinha dormido com nenhuma mulher, então, quando era mais novo nunca tive uma namorada, depois apaixonei-me pela Bella, mas ela dizia apenas que gostava de mim como amigo, e escolheu o vampiro a mim, depois quando a Nessie nasceu, a minha vida dependia dela, a Nessie era a minha vida, era tudo para mim, e nunca mais consegui olhar para outra mulher com olhos de desejo.
Durante os primeiros anos, que ainda tinha apenas a minha alcateia, a Leah estava cada vez mais triste, ela via quase todo os lobos a terem a impressão natural e ela ficava cada vez mais em baixo por se lembrar o que aconteceu entre o Sam e a sua prima, então ela ia para minha casa e desabafava e falava e eu sentia-me triste por ela e ajudava-a, fazendo com que muitas vezes ela adormecesse no sofá da minha casa, mas nada de mais.
Mas numa noite, a Leah quis mais do que uma simples amizade, ela quis mais do uma conversa, a partir desse dia nunca mais voltei a ter a mesma a vontade com ela, nunca mais consegui ter a mesma atitude de amigo que tinha, pois ela cria mais do que eu podia lhe dar.
Eu naquela sala só gritava e as lágrimas começaram a escorrer-me pela face.
Quando o Edward disse que a Renesmee estava triste era porque não aceita que não lhe tenhamos contado sobre a minha paixoneta pela Bella eu passei-me.
- Mas isso foi no passado Edward e o que eu sentia pela Bella nem era metade pelo que sinto por pela Nessie, a Bella era como se tivesse uma parte da Nessie nela, afinal a Nessie é filha dela, e eu apaixonei-me por essa parte, mas quando a vi pela primeira vez isso tudo mudou eu finalmente percebi o significado da vida e – olhei para a Bella, que estava não conseguia falar, estava completamente imóvel como uma estátua, sem nenhuma reacção. - Edward preciso de falar com a Nessie. – disse ao leitor de mentes.
- Hoje não, amanhã se ela estiver em condições vocês falam. Vai te embora Jacob, deixa a minha filha pensar e reflectir. Amanhã falam. – o quê? Ele queria que a deixasse a sofrer?
- NÃO! NÃO! NÃO VOU SAIR DAQUI SEM FALAR COM A RENESMEE. – mas depois uma imagem me passou pela cabeça, a imagem da Leah toda contente, ela não podia ficar a rir-se.
Ela não pode ter dito aquilo á minha Nessie e depois não levar com as consequências.
- Esta bem, amanha eu venho.
Sai porta fora em direcção ao meu carro, saltei o riu, e meti-me á estrada em direcção a La Push.
Estava a andar o mais depressa que conseguia, mas infelizmente a um sábado á tarde não os condutores de Forks andavam demasiado devagar para o meu gosto.
Quando cheguei a La Push preguei fundo em direcção a casa do Seth e da Leah, pois tinha umas coisinha a ajustar com aquela cadela.
Estacionei o carro a porta e sai a correr em direcção á casa deles.
Bati á porta: uma, duas, três, quatro vezes, e ouvi um grito de dentro.
- Já vai. – respondeu uma voz que rapidamente reconheci e que abriu a porta meio segundo depois.
- Oi Seth, a cadela da tua irmã? – perguntei-lhe já a entrar para dentro de casa, sem me importar de não ser convidado.
- Ei Jake, o que se passa?
- QUERO FALAR CO A TUA IRMÃ JÁ. – gritei.
- Ei, porque estão aos gritos? – perguntou uma voz esganiçada que só me apetecia partir para cima dela.
- LEAH, JÁ LÁ PARA FORA, AGORA, PRECISAMOS DE FALAR!
- Ei Jake acalma-te, eu agora não posso estou…
- AGORA! – agarrei-lhe pelo braço e arrastei-a para a rua, com o Seth atrás de nós em estado de pânico.
- Para, Jacob, para, estás-me a magoar. O que é que se passa? – ela só podia estar a brincar, ainda pergunta?
- Porque é que foste dizer aquilo á Nessie? Ela não precisava de saber daquela maneira. E pior, que ideia foi aquela de mentires sobre dormirmos juntos? Tu, tu…
- Só te fiz um favor…
- O que? Mentir a ela? E fazer com que me afastasse dela?
- Eu disse-te, eu avisei-te….
- Leah….eu…eu… - e naquele preciso momento transformei-me, sem pensar em mais nada.
A Leah fez o mesmo e ataquei-a, mas ela conseguiu desviar e começou a correr pela floresta dentro.
“Eu devia te matar…sua…sua…”
“Não me arrependo de nada, e se me apanhares, talvez, mas talvez, consigas fazer qualquer coisa.”
Ela podia ser a que mais velocidade conseguia atingir, mas quando uma pessoa esta zangada, enfurecida, transtornada, magoada, desnorteada, quando se está prestes a perder a pessoa que mais se ama neste mundo, nada importa e conseguimos fazer loucuras que antes nunca conseguiríamos.
E então, consegui a alcançar, mordi-lhe a pata traseira e ela caiu ao chão, imobilizei-lhe a pata da frente e … ouvi um pedido, um pedido do meu amigo, de um dos meus melhores amigos.
“Por favor Jake não…eu sei que ela é uma cabra, mas é minha irmã, pensa na Sue, a minha mãe iria ficar de rastos….por favor Jake, não faças isso, por mim, pela minha mãe…” – a voz do Seth na minha cabeça, estava a matutar-me a mil á horas, eu não podia matar a Leah, primeiro ela era mulher, depois tinha o Seth e a Sue, que não tinham nada a ver com os problemas da Leah, mas que infelizmente gostavam dela.
Afastei-me dela e comecei a correr em direcção ao meio da floresta, sem pensar num destino ou em qualquer outra coisa que não fosse ver a minha menina feliz e contente de novo.
Eu iria voltar a conseguir meter aquele sorriso que tanto amava naquela carinha linda, na carinha mais linda que alguma vez vi.
Ela tinha que ser feliz, pois se a Nessie estava infeliz eu também estava e eu não conseguia ver a minha menina a chorar ou a pensar que alguma vez não a amei.
Desde o primeiro dia que a vi que ela é tudo para mim, sem ela a minha vida não faz sentido.
Pergunto-me onde estaria agora caso ela não existisse, onde estaria agora?
Será que já estaria morto?
Será que estaria a viver normalmente ou ainda continuaria a viver como lobo?
Nenhum destes pensamentos eram importantes agora, agora tinha que ir resolver a minha vida presente, tenho que ir fazer com que ela volte a rir e a ser feliz como antes.
Foi nesse momento que tive uma ideia, virei em direcção ao que o meu coração dizia, sem pensar nos problemas dessa escolha.

3ª Parte – Versão da Nessie

Acordei com o sol a bater na minha cara, olhei para mim, e estava na minha cama, com o meu pijama, enrolada nos meus lençóis.
Quando senti uma pontada forte do meu coração, veio-me á memória o dia anterior.
A conversa com a Leah, a descoberta de coisas que nunca pensei ser possível.
Lágrimas começaram a escorrer-me pela cara, levantei-me, vesti o robe e sai do quarto em direcção á casa de banho.
Demorei um pouco mais do que o habitual, lavei bem a cara e fiquei a olhar-me ao espelho.
“Ele não te merece Renesmee!” – pensei para mim própria.
Mas e a minha mãe?
O que vou fazer?
Sai da casa de banho, e estava a entrar no quarto quando um aroma familiar me veio.
Se fosse á dois dias, pensaria que era o melhor aroma de todos, mas naquele momento não.
Quando me virei os nossos olhos prenderam-se por um tempo, que não sei explicar se foram segundos ou minutos, mas consegui esquecer tudo e todos, esqueci-me do que estava ali a fazer, esqueci-me do dia anterior, naquele momento éramos só eu e ele, quando os seus lábios se mexeram, veio-me tudo á memória e vacilei, tendo-me segurar na porta do meu quarto para não cair.
- Precisamos de falar Nessie.

9º Capítulo

Olá!


9º Capítulo

Arrumei a minha mala para o dia seguinte e como ia ter Ginástica á tarde arranjei uma mala á parte com uns corsários de malha pretos, nada de calções super minis, uma t-shirt branca e as minhas sapatilhas pretas.
Vesti o meu pijama que era composto por uns simples calções e um top em tons de branco com riscas cinzentas.
Após fazer a minha higiene pessoal, deitei-me na cama e nesse preciso momento o meu telemóvel tocou.
- Olá Jake!
- Olá Nessie, telefonei-te para te dar as boas noites. Desculpa só telefonar agora, mas estive a fazer ronda então só cheguei agora a casa.
- Não faz mal, só de ouvir a tua voz já vez com que vá dormir muito melhor.
- Fico feliz por ser útil. – e sorri-mos os dois.
- Jake, hoje nem falei com o meu pai, passei a tarde toda no mesmo espaço que ele e nem falámos, acho que ele está mesmo chateado comigo.
- Amor, tu não tens que te sentir culpada, eu amo-te e por sorte tu correspondes aos meus sentimentos e é o teu pai que tem que aceitar isso.
- Eu sei, mas custa-me. Eu gosto muito dele Jake, e agora trata-me como se fosse invisível.
- Nessie, descansa, pode ser que com o tempo ele aceite.
- Eu assim espero Jake, assim espero.
- Vá amor vai dormir, amanhã tens que acordar cedo, amo-te!
- Boa noite Jake, também te amo! – e após isso desligou a chamada.
Deitei-me na cama a pensar nos últimos dois dias que foram ao mesmo tempo os melhores e os piores dois dias de toda a minha pequena vida.
Descobri que o Jacob me amava, mas ao mesmo tempo descobri que com o aceite disso, o meu pai ficou zangado e agora mal falamos.
Estava tão distraída nos meus pensamentos que nem dei conta que estavam a bater na minha porta do meu quarto.
- Filha, posso entrar? – era a minha mãe.
- Claro mãe, entra.
Ela entrou no meu quarto e foi sentar-se ao meu lado na minha cama.
- Filha, precisamos de conversar.
- Eu sei mãe. Mas antes quero te pedir desculpas, não sei se aceitas o meu namoro com o Jake, mas eu amo-o mãe.
- Filha, calma, eu sei disso. No dia em que descobri que o Jake teve a impressão por ti eu passei-me completamente, eu até saltei-lhe em cima e nem sei o que ia fazer, mas o Seth meteu-se á frente e magoei a ele e não ao Jacob e o teu pai estava calmo, pois na altura os pensamentos do Jake eram apenas de protecção de um irmão, eu até penso que o teu pai acreditava que tu nunca irias sentir o mesmo por ele e então ele na altura não se importou, mas eu sim, mas durante estes sete anos que o Jacob esteve aqui nós conversávamos muito, principalmente sobre o futuro e ele dizia que não queria mais do que tu lhe quisesses dar, mas eu percebia a forma como tu olhavas para ele, principalmente neste último ano e sabia que já o amavas tal como ele te amava, e eu sei que não á outro homem que te vai amar tanto quanto o Jacob, pois a impressão é isso mesmo, é viver para essa pessoa e só se essa pessoa existir e tiver bem é que importa, por tanto eu sei que ele não te vai magoar. Mas Nessie, tens que ter paciência com o teu pai, para ele tu ainda és uma criança, ele não aceita que cresceste tão depressa, e para dizer a verdade, eu também não, mas não me importo, eu confio no Jake, afinal ele é o meu melhor amigo. – OMG, estava completamente de boca aberta, a minha mãe tinha-me dito mesmo aquilo?
- Mãe isso quer dizer que aceitas o meu namoro com o Jake? – tinha mesmo que confirmar.
- Filha, não vai ser fácil, mas sim eu aceito. – eu adorava a minha mãe e fui logo abraçá-la.
- Mãe adoro-te, és a melhor mãe do mundo!
- Eu só quero ver a minha filhinha feliz. – ups tinha esquecido de um pormenor, o cinema no sábado.
- Mãe, lá na escola uns amigos meus estão a combinar irem ao cinema no sábado e convidaram-me, posso ir? – estava com receio da resposta.
- Mas sozinha com os teu colegas? Ainda só os conheces á dois dias.
- Não mãe, vou eu e o Jake, ele tinha-me acabado de deixar na escola e a Mary convidou-nos. E a Mary e os amigos são de confiança, não me perguntes como sei isso, mas sinto, mãe claro que não lhes vou contar nada do que sou, mas é apenas uma ia ao cinema.
- Está bem, e se o Jake vai ainda melhor. – abracei-a de novo.
- Obrigada mãe.
- Boa noite querida, amanhã tens que levantar cedo, dorme bem. – a minha mãe despediu-se de mim e deu-me um beijo na bochecha.
- Boa noite mãe. - após a minha mãe sair do meu quarto, tapei-me com a colcha e adormeci a sonhar com o Jake.
Os dois dias seguintes foram normais, nem o Erik nem a Betty meteram-se comigo e na quarta e quinta fui almoçar com o Jake a casa dele e na sexta fui directamente para casa já que á sexta-feira não tenho aulas á tarde.
Cheguei a casa e a minha querida avó tinha-me feito uma simples massa que gostei, mas o que estava mesmo a precisar era de ir caçar.
- Mãe vou caçar. – disse-lhe.
- Nessie, queres que vá contigo? – ela perguntou-me e quando menos esperava o meu pai falou.
- Eu vou contigo Renesmee. – ah?
O meu pai falou comigo?
Ele queria ir caçar comigo?
- Sim Nessie, precisamos de falar. – respondeu-me aos meus pensamentos.
“Está bem.” – foi a única coisa que consegui pensar.
Sai-mos de casa em direcção á floresta e ainda nenhum tinha falado e eu estava a cantarolar em pensamento uma canção nova, eu não queria pensar em nada que fizesse com que o meu pai se irritasse.
- Nessie, precisamos de falar. – ele interrompeu o silencio.
“Claro pai, mas …”
- Nessie antes de mais tens que compreender que é muito difícil aceitar que a minha filha de sete anos já namora, para mim ainda és uma bebé.
- Mas já não sou pai! – respondi-lhe com a minha voz. – E tu ouves os meus pensamentos e os do Jacob, e sabes muito bem que eu amo-o, e sabes que ele também me ama, pelo menos acho que sim, não é pai? Ele teve a impressão natural por mim e isso é como se fosse amor á primeira vista ou coisa parecida. – o meu pai olhava para o chão, ele não queria olhar-me nos olhos. – Pai, fala comigo, eu gosto muito de ti e estes dias chateada contigo não me vez nada bem. – ele olhou-me nos olhos e abraçou-me.
- Filha, desculpa, desculpa, sim, eu sei que ele te ama e muito, e tu também o amas, mas pensava que não iria acontecer tão cedo. E digo-te mais, na impressão natural o lobo sente o que a impressão sente, e quer o que a impressão quer e sei que o que tu e o Jacob querem é isto, mas Nessie, eu ainda não me habituei muito, mas eu prometo que vou ser mais tolerante. – o meu pai tinha acabado de aceitar o meu namoro com o Jake? – Nessie, não estou a dizer que aceito, estou a dizer que compreendo e vou tentar aceitar. – pois e o poder dele claro. – Ah querida, sobre amanhã. – Ele não me vai deixar ir? – Querida claro que te vou deixar ir, mas tem cuidado está bem?
- Claro pai. – e voltei a abraçá-lo.
- Agora vamos caçar. Quem caça o maior? – o meu pai queria desafio?
Muito bem, comecei a correr pela floresta fora e vi um veado macho enorme, era impossível o meu pai arranjar maior.
Mas, com o azar que eu tenho, o meu pai tinha que apanhar um bem maior, até fiquei surpreendida, o meu pai já não me deixava ganhar.
- Querida, claro que não. Se queres ganhar a partir de agora vais ter que te esforçar mais. - comecei a rir e fui em direcção a ele, abraçámo-nos durante breves momentos e dirigimo-nos a casa.
Quando estávamos próximos da casa dos meus pais, senti um aroma muito familiar e maravilhoso, olhei para o meu pai e vi-o a torcer o nariz, sorri para ele e deu-me sinal de aprovação.
Corri para dentro de casa e no momento em que entrei senti uns braços quentes á minha volta.
- Jake! O que fazes … - ele não me deixou terminar a frase e beijou-me ali bem em frente aos meus pais.
Após uns segundos que foram muito pouco em comparação que ainda não o tinha visto hoje, afastou-se e foi o primeiro a falar.
- Nessie, hoje ainda não te tinha visto e não conseguia esperar mais.
- Ainda bem que vieste. – disse-lhe beijando-o novamente.
- Uh Nessie, trouxe um filme, queres ver? – mas ele olhou para trás. – Claro, se a Bella e o Edward deixarem. – olhei para o meu pai e ele estava calmo, muito calmo mesmo, estranho!!!
- Claro que podem! Nessie mas não te deites tarde! – fiquei completamente surpreendida e não fui a única, a minha mãe estava com uma cara de parva, mas logo saltou em cima do meu pai e abraçou-o e o Jake já me estava a puxar para o sofá.
- Bella, Edward, se quiserem também podem ver. – e quem respondeu foi a minha mãe.
- Desculpa Jake, fica para a próxima, temos coisas para fazer.
- Coisas ah?? – respondeu-lhe o Jacob.
A minha mãe foi até ele e bateu-lhe na cabeça e começámo-nos a rir.
- Então boa noite. – despediu-se o Jake deles aninhando-se melhor no pequeno sofá de dois lugares que era ocupado, por mais de metade, por ele.
- Boa noite mãe, boa noite pai. – despedi-me deles.
Após as despedidas aninhei-me junto ao Jake e ele puxou-me para junto dele.
Coloquei a minha cabeça no tronco dele, que por azar ele estava com uma t-shirt.
Era tão bom estar ali junto dele, abraçada nele, que nem dei pelo tempo passar e muito menos para o tema do filme.
Percebi que era uma comédia romântica, mas se me perguntarem de que se tratava, não conseguiria responder, pois durante o filme estava mais interessada nas batidas fortes do coração do Jake e do calor que ele me preposicionava, do que propriamente com o filme.
Claro que não era a primeira vez que víamos filmes juntos, mas desta vez foi diferente, vimos o filme como namorados e não como simples amigos, desta vez estava com o amor da minha vida, estava com quem eu amava e mais nada importava.
- Nessie, o filme já acabou. – olhei para ele com uma cara de espanto, já tinha acabado?
- Já? – ele riu-se com a minha pergunta.
- Por acaso tiveste com atenção ao filme? – ele tinha-me apanhado.
- Estive…quer dizer mais ou menos, é que tu aqui ao pé de mim és mais importante do que o filme.
- Fico muito contente por isso, mas tens que te ir deitar, amanhã venho-te buscar ás 14:30h, está bem?
- Ok. - disse-lhe levantando-me do sofá. – Mas tens que ir mesmo já?
- Não é que eu queira, mas tens que ir dormir e amanhã vamos passar a tarde toda juntos, por isso não te preocupes, o tempo passa rápido. – ele disse dirigindo-se á porta, mas não o podia deixar ir embora assim.
- Jake! - chamei-o e ele virou-se para mim e então saltei no colo dele e beijei-o com a maior urgência, mas paixão que senti.
Percorri cada canto da sua boca com a minha língua, o seu hálito era quente e agradável, como eu queria estar assim para sempre, eu amava-o e nada deste mundo iria estragar este momento.
As suas mãos percorriam as minhas costas e as minhas o seu cabelo que era curto e forte.
- Ne…Nessie… - disse ele durante os meus beijos.
- Siimmmm? – e afastei-me um pouco dele.
- Tenho de ir querida! – fiz cara de sofrimento, mas cedi.
- Tudo bem. – voltei a beijar-lhe e depois desci do seu colo. – Até amanhã Jake. Amo-te.
- Também te amo e muito. Dorme bem meu amor!.
E assim vi ele a entrar na floresta, certamente para se transformar.
Dirigi-me ao meu quarto e vesti o pijama e deitei-me na minha enorme cama de casal, que após fazer seis anos, ou seja no corpo de uma adolescente de 13/14 anos, a minha tia Alice quis remodelar o meu quarto que antes tinha uma cama cor de madeira clara de solteiro no meio do quarto, paredes cor-de-rosa bebé e autocolantes em forma de borboletas espalhadas pelo quarto, para um depois ser todo branco, com uma cama branca de casal no meio do quarto, uma mesa de cabeceira de cada lado da cama também brancas, um roupeiro branco com as portas em vidro um pouco maior que o antigo cor-de-rosa que tinha e em vez da pequena mesa de brincar, tinha agora uma secretária branca com duas riscas de lado cor-de-rosa choque e na parede em cima da cama estava pintado um “R” em rosa choque mas numa letra muito feminina e na ponta do “R” uma pequena borboleta.
A minha colcha era rosa choque também, para variar.
A minha tia adorava que o meu quarto fosse todo rosa, e eu não me importava, porque realmente eu gostava, principalmente daquele “R”.
Deitei-me e não demorei a adormecer.
Hoje tinha feito as pazes com o meu pai e estava muito feliz.
No dia seguinte acordei tarde, muito tarde, já era meio dia e meia e ninguém me tinha acordado?
Levantei-me e dirigi-me á cozinha onde vi o meu pai a fazer-me o almoço, que pelo cheiro estava maravilhoso.
O meu pai podia ser vampiro, mas sabia cozinhar, e muito bem.
- Bom dia pai. – disse dirigindo-me a ele.
- Bom dia? É quase boa tarde. – respondeu-me ele.
- Deviam me ter acordado. Já agora, onde esta a mãe? – perguntei-lhe não vendo a minha mãe presente na sala.
- O que achas? A Alice foi com ela ao shopping, já sabes como é a Alice. – pois, quando a minha querida tia queria alguma coisa, não descansava até conseguir, e quase sempre conseguia.
Quando o meu pai terminou de fazer a minha omelete de queijo e cogumelos, comi e depois lavei o meu prato, os talheres e a frigideira.
Depois tomei um banho muito demorado lavando bem os meus cabelos e escovando-os bem para não deixar nenhum nó.
Ao sair da banheira, sequei o cabelo e meti um produto para cabelos ondulados para eles ficarem sedosos e brilhantes.
Quando cheguei ao quarto abri a porta do roupeiro e pensei que nestas alturas é que queria aqui a tia Alice, mas como ela não estava tinha que me arranjar sozinha e iria conseguir.
Peguei em várias túnicas e decidi por uma roxa de manga cumprida toda lisa e justa na cintura, combinei com uns leggins pretos e um cinto muito fino preto só para dar um toque á túnica.
Em cima da cama abri o meu enorme estojo de maquilhagem e coloquei um pouco de blush clarinho, uma sombra bege, rímel preto e um gloss rosa clarinho.
Arranjei o meu cabelo de forma a ele ficar solto mas com um ar elegante.
Por fim, calcei umas botas pretas de cano e salto alto e combinei tudo com uma pequena mala onde coloquei a carteira, o telemóvel, gloss, e chaves.
Estava pronta.
Olhei para o relógio e faltava 15 minutos para a hora marcada com o Jake, por isso decidi descer e ver um pouco de televisão enquanto esperava por ele.
Nem deu tempo de passar dois canais e já estavam a tocar a campainha e sabia muito bem quem era, aquele aroma maravilhoso era inconfundível.
- Pai, o Jake chegou, adeus! – ouvi um adeus do seu quarto que para variar devia estar a ler um livro qualquer, pois quando a minha mãe não estava em casa ele parecia um zumbi sem fazer nada, então lia.
Abri a porta e vi os seus maravilhosos olhos colados aos meus, aqueles lábios quentes que eu tanto queria, sorri para ele e percebeu logo o recado, puxou-me para junto dele e beijou-me levemente mas apaixonadamente, um beijo lento e cheio de paixão.
Fomos em direcção ao carro do Jake e fomos para o cinema e durante o curto caminho reparei que ele estava lindo com uma t-shirt branca, um casaco de malha preto e umas calças de ganga escuras, simplesmente perfeito.
Quando chegamos não vimos ninguém conhecido na fila, por isso conclui que ainda não tivessem chegado.
- Jake! – chamei-o dirigindo-me para junto de dele – Tenho frio! – esta minha expressão fez com que ríssemos em conjunto, mas não foi preciso dizer mais, o Jake chegou-se ao pé de mim, segurou-me na anca e beijou-me, eu andava a passear os meus dedos pelos seus cabelos lindos que nem me apercebi de estarem a bater no vidro.
Quando olhei para cima, vi a Mary, o Daniel, a Emma e o Ryan a rirem-se e senti as minhas bochechas ficarem vermelhas como um tomate.
- É melhor sairmos, os teus amigos já chegaram. – o Jake avisou-me.
E assim fizemos, cumprimentei todos e apresentei oficialmente o Jacob como meu namorado.
Quando chegamos á fila vi que não estavam muitos filmes em exibição apenas uns três filmes, isto é o que dá ser um cinema pequeno.
- Mary, qual é o que vamos ver?
- Estamos a pensar ir ver aquele ali. – ela apontou para o último placar onde apresentavam os filmes. – Chama-se “First Love” e retrata um amor impossível, os pais dela não aceitam ele, acho que é qual quer coisa assim, concluindo é uma comédia romântica.
- Ok. – respondi-lhe com o meu maior sorriso e foi ai que reparei na roupa dela, uma roupa simples mas apropriada para ela, uma calças de ganga justas, uma t-shirt rosa, um simples blusão preto e complementava com uma pequena mala preta, já a Emma vestia uma mini saia de ganga, uma t-shirt branca com uns desenhos pretos, um casaco de malha preto, trazia collants pretos e umas botas pretas baixas e rasas.
Em relação ao filme, sinceramente nem estava preocupada com qual íamos ver, desde que estivesse bem agarradinha ao Jacob e pudesse passar umas horas sem me lembrar dos problemas, já bastava para ser perfeito.
Compramos os bilhetes e escolhemos os lugares da última fila, que eram perfeitos para o que queriamos.
Estava-mos sentados nos nossos lugares e o filme estava prestes a começar quando o Jake começou a beijar o meu pescoço.
Virei a cara para ele e beijámo-nos por muito tempo, mesmo muito tempo, de vez em quando olhava para a tela e reparava em algumas cenas, umas vezes os protagonistas estavam aos beijos, outras já estavam a discutir…
Bem, como não estava a seguir o filme desisti de tentar percebe-lo e dediquei-me inteiramente ao meu amor, entrelaçando os meus dedos no seu curto cabelo e apenas pensando no seu hálito quente e nos seus braços fortes que me agarravam.
Quando as luzes do cinema foram ligadas eu separei-me dele e quando olhei para a Mary ela estava ainda agarrada ao Daniel e a Emma agarrada ao Ryan, parece que nenhum de nós deu atenção ao filme.
Levantei-me agarrada ao Jacob e desci as escadas do cinema.
- Ei Nessie, nem te despedes de nós. – gritou-me a Mary que se estava a levantar da cadeira com o Daniel a refilar.
- Bem, estavam tão entretidos que não vos queria incomodar. – e sorri maliciosamente. – Até segunda pessoal!
- Até parece que estiveste atenta ao filme. Mas pronto, até segunda querida. – e assim sai do cinema e fui em direcção ao carro do Jake.
Eram cerca de cinco da tarde e estava um dia até normalmente bom, claro, o céu cinzento, um pouco de vento, mas quando estamos a falar de uma meia vampira e de um lobo, o único problema seria mesmo a chuva, que infelizmente era uma constante aqui em Forks, mas neste dia não estava a chover, por isso queria ir passear, queria ir dar uma volta, sei lá espairecer, correr, gritar…bem eu estava louca, mas sei lá…
- Jake, quero ir a qualquer lado. – virei-me para ele e estava a sorrir feita boba.
- Onde queres ir princesa?
- Sei lá Jake, a qualquer lugar que seja livre, feliz, que poça espairecer. – ele olhou-me com uma cara intrigada, mas passado uns minutos eles ri-se e diz-me.
- Já sei, tenho um lugar perfeito!
- Onde? – estava curiosa.
- Já vais ver….
- Diz-me, por favor…. – eu detestava que me deixassem curiosa, afinal eu tinha o direito de saber para onde ele estava a levar-me, não tinha?
Mas desisti de perguntar, eu iria esperar, contrariada, mas iria esperar.
Quando tomei atenção onde estávamos reparei que tinha-mos chegado a La Push, vi as pequenas casas que o local tinha, a grande floresta que as cobria e até vi alguns dos rapazes a acenarem ao Jake.
Quando finalmente ele parou o carro, estávamos em frente á praia de La Push, esta praia era maravilhosa, eu adorava passear pela areia, sentia-me livre, sentia-me feliz, ou seja tudo o que queria neste momento, o Jake conhecia-me mesmo bem.
Ele estava a olhar para o mar, eu cheguei junto a ele e abracei-o, depois olhei para ele e beijei-o, mas foi um beijo rápido pois descalcei as botas e comei a correr pela praia, com o Jake atrás de mim, parecíamos duas crianças, lembro-me quando tinha quatro ou cinco anos, ou seja, num corpo de nove ou dez anos, e eu corria assim e o Jake quando apanhava-me colocava-me ás cavalitas e eu ria, ria, ria, eu desde pequena que me divertia muito com o Jake.
Estava entretida nos meus pensamentos que nem dei conta de que tinha reduzido a velocidade e o Jake tinha-me apanhado.
Agarro-me e colocou-me a areia, fazendo-me cócegas e eu apenas ria e ria.
- Jake pára, Jake pára… - e quando os nossos olhos se cruzaram, ele parou de me fazer cócegas.
Olhámos durante um tempo um para o outro, eu deitada na areia e ele por cima de mim, que antes estava a fazer-me cócegas e agora estamos a olhar um para o outro.
Aqueles olhos negros, lindos, que eu tanto amava, podia ficar ali para sempre, perdida no seu olhar, perdida nos meus sentimentos que apenas o olhar dele me proporcionava.
Lentamente ele tirou uma mancha do meu cabelo da minha cara e foi-se aproximando dos meus lábios.
Quando me beijou, mil e umas sensações passaram na minha cabeça: paz, segurança, divertimento, alegria, orgulho, mas principalmente amor, naqueles beijos estavam amor.
Coloquei os meus braços á volta do pescoço do Jake e rapidamente cheguei ao seu cabelo, ele segurava a minha cintura e podia sentir as suas mãos quentes na minha barriga.
A minha língua percorria cada canto da sua boca, o seu hálito quente era como uma droga para mim, que eu precisa de mais e mais, mas naquele momento, não sabia o quê, sabia que tinha que aproveitar cada momento que passava com ele, sabia que era ele quem eu queria, mas não sei….continuei a beijá-lo e num ritmo mais ofegante e urgente que antes.
Mas sem perceber o porquê, ele afasta-se de mim, mas começou a acariciar a minha face, deixando a sua boca a centímetros da minha.
Ai….OMG…porquê é que ele me fazia isto?
- O que foi Jake? – tinha que perguntar, já que ele estava fixado em mim, mas não fazia mais nada.
- Nada, é que és tão linda, eu nem acredito que és minha namorada, fogo, tantos anos que esperei por estes dias, e agora tu estas aqui bem á minha frente e eu tenho medo que seja tudo um sonho. – oh que querido, ele pensava da mesma forma que eu.
- Bem, eu poço te mostrar que eu sou bem real e que estou bem aqui junto a ti. – e sem hesitar voltei a beijá-lo, mas desta vez rebolei para cima dele e fiquei por cima e ele deitado na areia, beijei-o com muita urgência, as minhas mãos percorriam o seu cabelo e as dele as minhas costas.
Mas eu sabia que era bom de mais para ser verdade, e tinha que haver sempre algum imprevisto para nos intervirem.
- Jake! – ouvimos uns gritos ao longe.
Rapidamente nos afasta-mos e olha-mos para onde veio os gritos.
- Jake, desculpem, mas precisamos de ti. – Sam já estava ao pé de nós e rapidamente pusemo-nos em pé. – Olá Nessie.
- Olá Sam, mas o que se passa? – perguntei-lhe.
- Nada de grave, apenas mais um miúdo se transformou e este tem apenas 12 anos e ainda nem tem um corpo como os outros lobos tinham, ou seja, já adulto, ele é apenas uma criança, Jake por isso precisamos de ti, como Alfa és o único que o pode acalmar, o puto esta super assustado, coitado. – eu estava em choque, um rapaz com apenas 12 anos?
Olhei para o Jake e ele estava tão espantado quanto eu, mas lá conseguiu falar.
- Mas Sam, estou com a Nessie.
- Jake ela pode ir para casa da Emily um pouco, também penso que seja rápido, basta tentares que ele volte á forma humana que depois nós tratamos do resto.
- Vá Jake vai lá, eu vou até a casa da Emily, não te preocupes, eu sei o caminho, vai. – disse-lhe dando um empurrão.
- Ok, mas eu não demoro, desculpa. – e depois deu-me um beijo, mandou-me as chaves do seu carro e desapareceu pela floresta dentro.
Fui em direcção ao carro a pensar nos bons momentos que eu já tinha passado com o Jacob, ainda só tinha passado uma semana e eu estava completamente apaixonada por ele, já não conseguia viver sem ele, bem eu nunca conseguiria viver sem ele, mas não deste jeito, agora eu precisava MESMO dele, precisava dele para respirar, precisava dele para poder viver.
No meio dos meus pensamentos abri a porta do condutor, sentei-me e tirei a areia dos pés e calcei as botas, quando ia a fechar a porta ouvi alguém chamar-me.
- Olá Renesmee. – boa, só me faltava esta.
- Olá Leah, o que queres? – não estava com paciência para as palermices dela.
- Quero que saibas a verdade. – ah?
- Qual verdade Leah? – mas ela estava a ficar maluca?
- A verdade que o Jacob não te contou, o passado dele, o passado dele com a tua mãe e o passado dele comigo. – ela disse de forma rude.
Mas espera lá ela disse passado com a minha mãe?
Passado com ela?
Mas, afinal o que é que o Jake ainda não me tinha contado?



Anexos:



Roupa da Nessie da ginástica:

Roupa da Nessie no dia do cinema:


Roupa da Mary e da Emma no dia do cinema:


Jake no dia do cinema: