14º Capítulo
Estava sentada no sofá da sala com o telemóvel nas mãos e decidi reviver toda a tarde aqui em casa com a Mary, assim seria mais fácil de explicar ao meu pai o que tinha sucedido e ele até me poderia ajudar a contar.
Eu queria telefonar ao Jake, eu precisava de lhe telefonar, mas não tinha força para o fazer.
- Filha, o que aconteceu?
“Pai conta-lhes tudo, eu preciso de falar com o Jacob.”- pensei directamente para o meu pai, e ele começou a contar tudo, desde a conversa que tive com a Mary aqui em casa até aos acontecimentos á porta da casa do Daniel.
- Mas filha, como conseguiste fazer uma ligação tão rápida aos acontecimentos? – perguntou-me a minha mãe.
- Mãe, quando a Mary falou em ser a “Sra. Black” percebi logo algo de estranho, pois quantas famílias têm o apelido de Black? E depois de ela contar a história toda, ela encaixou-se perfeitamente, desde o nome do pai dele, até á forma de como ele reagiu á visita dela no dia anterior. E eu só conseguia pensar em como ele podia estar a sofrer, o Jake contou-me como era essa mudança e disse que era um pouco dolorosa, mas que depois passa, e só de pensar no Daniel dentro de casa, ali com a mãe dele e os vizinhos, só pensei que tinha que agir e rápido, não pensei muito mãe, apenas agi.
- Oh filha – ela veio me abraçar – fizeste muito bem.
- Obrigada, mas agora tenho que falar com o Jake, tenho que lhe telefonar para ele vir cá a casa. – e ao levantar-me do sofá em direcção ao quarto, onde pretendia fazer o telefonema, ouvi o som da mota dele na entrada da casa.
- Boa sorte querida, se precisares de ajuda é só dizeres. Nós vamos subir para vos deixar mais á vontade. – disse o meu pai.
No momento em que a minha família sobe para o andar de cima, o Jake entrou em casa.
- Olá princesa. – ele deu-me aquele sorriso de cair para o lado e veio em minha direcção.
- Oi amor. – cumprimentei-lhe indo directamente aos seus lábios. – Ainda bem que vieste, ia mesmo agora te telefonar. Preciso de falar contigo. – e abracei-o com força.
- Falar comigo? Mas estás bem? Aconteceu alguma coisa? – ele estava com uma cara assustada.
- Não Jake, não é nada comigo. É outra coisa, mas não sei como começar. – e fui sentar-me no sofá e o Jake sentou-se ao meu lado.
- Conta-me desde o início. Nessie é grave? Tu estás com um ar aflito. – eu olhei para ele e não conseguia dizer nada, simplesmente as palavras não saiam, como se diz uma coisa como estas: “olha amor, o teu pai traiu a tua mãe á 18 anos atrás e tens um irmão que por acaso estás a transformar-se em lobo neste preciso momento”.
Simplesmente não lhe conseguia dizer isto.
- Nessie, estás a assustar-me. Vou chamar o teu pai. – ele estava mesmo assustado, até ao ponto de ir pedir explicações ao meu pai.
- Não Jake, eu conto-te, mas é complicado. Principalmente porque o assunto não tem a haver directamente comigo, ou seja, não é um assunto meu, mas infelizmente sou eu que te tenho que informar.
- Nessie, por favor começa. – ele já estava impaciente.
- Jake, tenho que te pedir que tenhas calma e não te enerves. Quero que me prometas que vais me ouvir até ao fim e vais tentar compreender. – ele acenou afirmativamente. – Então é o seguinte: lembras-te da Mary, a minha colega da escola que falo muito dela? – ele voltou a acenar afirmativamente. – Bem, como sabes ela veio hoje com o Alex fazerem um trabalho de grupo aqui em minha casa. – e ai ele levantou-se e gritou.
- O que é que ele te fez?
- Ah? Jake já te disse que não tem nada a ver comigo. Ele não fez nada, depois de almoçar ele foi-se embora, mas não é isso que importa. – ele acalmou-se e voltou a sentar-se. – Como te estava a dizer, eles vieram fazer um trabalho de grupo aqui em minha casa e depois de almoço a minha tia disse para aproveitar a tarde para ir comprar o vestido para o baile da escola, então eu, a Mary e a Emma fomos no meu carro, quando voltámos fui deixar a Emma a casa mas a Mary tinha o carro dela aqui, então aproveitei para falar com ela sobre um assunto que a Betty, aquela loira que estava a fazer-se a ti ontem … - ele interrompeu-me .
- Ela não se estava a fazer a mim …
- Isso agora não interessa, o que importa é que ela numa aula mandou uma boca á Mary e queria falar com ela sobre isso e no meio da conversa ela falou-me como conheceu o Daniel e como gostava dele e como desejava casar com ele, mas ela não disse que queria casar com ele, ela disse que queria ter o sobrenome dele e é aí que começa. – parei, eu não estava a aguentar, virei a cabeça para baixo, já não estava a conseguir olhar nos seus olhos.
- Sim Nessie, e que mais? Mas o que é que isso tem?
- Jacob, depois de ela dizer o apelido dele obriguei-a a contar-me a história dele e aí descobri uma coisa terrível, após descobrir o nome completo do pai dele. – levei as mãos á cara e tapei-a.
- Nessie, afinal qual é o nome dele? E que coisa terrível descobriste? – ele perguntou-me obrigando-me a tirar as mãos da minha cara e a olhar para ele. – Nessie conta-me.
- Jake por favor, não te enerves, a mãe do Daniel já viveu aqui em Forks á 18 anos atrás, mas ela engravidou de um homem muito mais velho que ela e ela era muito nova, então os pais dela mandaram-na para Inglaterra, pois o tal homem disse que não podia aceitar o filho dela. E mãe do Daniel encontrou um homem em Inglaterra que a amou ao ponto de aceitar um filho que não era dele, pois ele não podia ter filhos, então ele criou o Daniel como seu filho. Mas á dois anos ele ficou doente e o Daniel descobriu que esse homem não era o seu pai biológico e a mãe contou-lhe toda a verdade e após o marido da mãe morrer ele veio á procura do pai aqui em Forks.
- Coitado Nessie, ele deve ter sofrido muito. – disse-me o Jake mas com a cara que ainda não tinha percebido o que eu queria dizer.
- Jake … o pai biológico do Daniel, vive em La Push, e na altura era casado e com filhos.
- Chiii Nessie, granda filme, mas se ele mora em La Push devo conhece-lo, queres que eu ajude a encontrá-lo? – ele estava cada vez mais longe de descobrir a verdade.
- Não Jake. Tu já o conheces, por acaso conheces muito bem… - ele voltou a interromper-me.
- Mas diz lá qual é mesmo o nome do pai dele?
- Black, Billy Black. – ele enrijeceu-se no sofá, começou a tremer compulsivamente.
- Jake vai lá para fora, não quero que a minha filha se aleije.
- PAI!!! Por favor, o Jake acabou de descobrir uma coisa destas e é assim que o tratas? – repreendi o meu pai, voltando-me para o Jake rapidamente. – Jake, amor, acalma-te, respira fundo. – disse-lhe tocando-lhe no rosto.
- Não Nessie, o teu pai tem razão. Eu tenho que ir, eu … eu tenho que falar com o meu pai …
- Jake, não, não vais falar assim com o teu pai. – eu disse indo atrás dele, pois ele já saia de minha casa. – JAAAKE …. – ele olhou para mim. – Fica comigo, pelo menos até te acalmares. – e foi aí que percebi que ele estava a guardar toda a raiva para não dizer tudo há minha frente, mas não aguentou, e o tom de voz dele até me assustou.
- ME ACALMAR NESSIE? COMO QUERES QUE EU ME ACALME DEPOIS DE DESCOBRIR QUE O MEU PAI TRAIU A MINHA MÃE, COMO QUERES QUE EU ME ACALME, DEPOIS DE SABER QUE A PESSOA QUE EU TINHA COMO EXEMPLO AFINAL É UM CANALHA DA PIOR ESPÉCIE.
- Jake não fales assim do teu pai. – tentei pôr-lhe algum juízo na cabeça, mas sem efeito.
- NÃO FALAR ASSIM DO MEU PAI? ELE TRAIU A PESSOA QUE DIZIA AMAR, NESSIE COMO TE SENTIRIAS SE EU TE TRAISSE? – ao pensar assim, deu-me um nó no estômago que me fez encolher. – POIS, EXACTAMENTE, MAS PELO MENOS TU AINDA ESTAVAS AQUI PARA DIZER E FAZER TUDO O QUE ESSA PESSOA MERECIA OUVIR E MERECIA SOFRER, MAS A MINHA MÃE NÃO ESTÁ AQUI, COMO QUERES QUE O MEU PAI SAIBA O SOFRIMENTO DA MINHA MÃE, COMO É QUE QUERES QUE ELE FIQUE PIOR DO QUE ESSA PESSOA FICOU AO SABER DA TRAIÇÃO, SIM PORQUE ELE MERECE FICAR PIOR. NESSIE COMO QUERES QUE EU ME ACALME. – ele gritava.
- Quero que te acalmes, pois o Daniel está a transformar-se em lobo e precisa da tua ajuda. Ele não conhece este mundo sobrenatural e precisa de alguém que lhe dê apoio.
- O quê? O Daniel é um lobo? Como descobriste? – neste assunto ele acalmou-se e não foi preciso ter o poder do meu pai para saber que ele lembrou-se de como foi doloroso para ele e sabia que ele não gostava nada que outros adolescentes passassem pelo mesmo.
- Nessie? – uma voz suou da janela do meu quarto, e lembrei-me que tinha a Mary a dormir em minha casa.
- Oi Mary, adormeceste no carro, olha podes dormir na minha cama, amanhã falamos.
- Mas Nessie …
- Espera vou aí a cima. – ela acenou afirmativamente e depois fechou a janela. – Jake, por favor espera por mim, precisamos de continuar a falar.
- Mas eu preciso de ir falar com o meu pai. – eu fui em direcção a ele abracei-o e beijei-lhe o pescoço.
- Por favor, espera um pouco, depois podes ir. – ele suspirou e acenou que sim.
Eu subi rapidamente ao meu quarto e encontrei a Mary sentada na minha cama.
- Nessie … eu tenho que me ir embora, os meus pais devem estar preocupados. – e ouvi a baterem á porta.
- Poço? – perguntou a minha tia Alice.
- Claro tia. Mary é a minha tia Alice, Alice é a Mary.
- Muito prazer Mary. Olha já liguei á tua mãe e disse-lhe que ias ficar cá a dormir, por isso não tens que te preocupar. Boa noite meninas.
- Boa noite tia, e obrigada.
- Obrigada senhora Alice. – e nesse instante a minha tia voltou para trás.
- Só Alice. – e a Mary acenou afirmativamente.
Fui ao meu closeth e tirei de lá um pijama novo, que era uns shorts e um top e entreguei á Mary.
- Nessie eu não quero atrapalhar.
- Claro que não. Olha o quarto de hospedes é o da frente, não tens que te preocupar com nada.
- Nessie e o Daniel? – ela perguntou-me, eu já sabia que ela ia querer saber.
- Amanhã falamos melhor ok? Agora descansa e não te preocupes com nada.
- Mas…? - ela não queria ficar assim sem saber nada sobre ele.
- Mary, dorme amanhã falamos, ele está bem, confia em mim. – ela olhou para mim e sorriu.
- Eu confio em ti. – ela disse abraçando-me.
- Obrigada. Até amanhã amiga. Podes ir dormir. – ela acenou afirmativamente e levei-a ao quarto de hospedes.
- Até amanhã Nessie.
Após a deixar no quarto desci ao encontro do Jake.
Ao descer as escadas reparei na minha mãe e no meu pai juntos á janela.
- Ele está a sofrer muito querida. Ele neste momento não está a raciocinar muito bem. – comunicou-me o meu pai.
- Obrigada pai. Vou falar com ele e tentar que ele se acalme.
- Faz isso querida, mas tem cuidado. – avisou-me o meu pai.
- Ele era incapaz de me magoar. – disse-lhe ao mesmo tempo que saia de casa.
Encontrei-o sentado a uma árvore com a cabeça entre as pernas e aproximei-me dele tocando-lhe no ombro.
- Jake… - ele olhou para mim e notei que ele esteve a chorar.
- Nessie … - eu abaixei-me e abracei-o, mas rapidamente levantei-me e puxei-o.
- Vem … - ele olhou-me com confusão. – Precisas de descansar. – ele levantou-se e abraçou-me.
- Desculpa Nessie, não te devia estar a aborrecer com estes problemas. – e voltou a chorar.
- Shiuu…Jake, eu estou aqui para os bons e para os maus momentos. – ele olhou para mim e voltou a abraçar-me e eu puxei-o em direcção á minha casa que ficava no outro lado do rio.
Saltamos o pequeno rio e em breves minutos estávamos á porta de casa, entramos e sentámo-nos no sofá.
O Jake encostou-se a mim, mas algo o fez levantar e encarar-me.
- Nessie, eu preciso de ir falar com o meu pai, e ver como está o Daniel. – levantei-me e agarrei-o.
- O Daniel está com o Sam, ele sabe o que fazer, não te preocupes e o teu pai, com ele falas amanhã, já é muito tarde e precisas de descansar. Não vais falar com ele assim, não hoje. – ele pareceu relaxar e suspirou.
- Obrigada Nessie. Mas agora é melhor ir embora, os teus pais devem estar a chegar.
- Não, Jake fica, tu precisas de descansar e se saíres só vais piorar as coisas. – eu disse-lhe abraçando-o com mais força.
- Nessie…
- Shiiuu… - beijei-o com um beijo apaixonado e puxei-o em direcção ao meu quarto. – Precisas de dormir.
- Nessie o teu pai…
- Jake quero lá saber do meu pai, tu precisas de dormir, e não vais para casa enfrentar o teu pai, e não vais ficar na rua. – abracei-o novamente. – E como eu te disse, precisas de DORMIR, logo não vai haver razões para tal. – ele suspirou e eu fui em direcção ao meu roupeiro buscar o meu pijama para me ir vestir á casa de banho.
Quando entrei no quarto reparei que o Jake estava sem camisola e estava encostado á janela, a olhar o céu.
Abri a cama e deitei-me.
- Jake, tens que dormir, amanhã vai ser um dia longo. – ele olhou para mim e digo que ia tendo um ataque, ele estava vindo em minha direcção apenas de bermuda.
“Ai Nessie acorda, não é hora de pensares assim, ele precisa de DESCANSAR!” - pensei para mim mesma.
Ele deitou ao meu lado logo senti a temperatura aumentar devido ao seu calor.
Ele puxou-me para perto dele e ficou agarradinho a mim, não me importei, até estava a sentir-me muito bem.
- Obrigado. Amo-te. – ele sussurrou ao meu ouvido.
- Não me precisas de agradecer. Também te amo muito Jake. – disse-lhe e ele beijou-me os cabelos.
- Dorme bem minha princesa.
- Dorme bem meu amor.
E adormeci agarradinha a ele, e só pensava no dia seguinte, a conversa com o pai do Jake, o Daniel, a Mary, tanta coisa …
Na manhã seguinte acordei com um peso em cima de mim, e um cheiro que tanto amo.
Ao virar-me deparo-me com o Jake dormindo profundamente ao meu lado, pelo menos o meu pai não o acordou.
Esse era outro problema, não sabia como é que ele reagiu quando viu o Jake aqui, mas pelo menos teve a decência de não o acordar e o deixar descansar.
Lentamente lá consegui sair de baixo do braço do Jake e fui em direcção á casa de banho e senti a casa vazia.
Tomei um banho rápido voltei para o quarto onde o meu amor ainda continuava a dormir.
Fui em direcção ao meu roupeiro e tirei de lá umas calças de ganga, a primeira t-shirt que me apareceu nas mãos e voltei á casa de banho para me vestir e ao sair deparo-me com os meus pais encostados á parede.
Eles olhavam-me com uma cara de que não estavam nada contentes.
- Pai?
- Nessie, explicas-me o que se passou aqui? – o meu pai perguntou-me calmo, suspirei, pelo menos isso.
- Pai, eu não podia deixar o Jake ir para casa, ele não estava a ser muito racional, e…
- E não podia ter dormido no sofá? E quantos quartos temos na outra casa? – boa, agora já gritava.
- Pai, achas que eu o ia deixar sozinho?
- E dormir na cama da minha filha era a solução? – pegou-me no braço e gritou-me.
- Edward, para, sabes bem o que aconteceu ontem, não precisas de estar assim. – tentou acalmá-lo a minha mãe.
- Pai, como é que podes estar assim, o Jake está a sofrer muito, eu apenas queria estar ao lado nele…
- Na mesma cama que ele …
- PAI…não fizemos nada, por favor…
- Eu sei que não, achas que se suspeitasse de alguma coisa ele já não tinha ido recambiado ontem á noite?
- Sim Edward, mas eles estavam mais preocupados com outras coisas e tu sabes. – defendeu-me a minha mãe.
Trimmm Trimmm – e salva pelo telemóvel.
- Sim?
- Nessie, é o Sam.
- Oi Sam, como está o Daniel?
- Está a adaptar-se. E o Jacob?
- O Jacob? Ele ainda está a tentar perceber tudo. Olha achas que podíamos ir ai ver o Daniel? A Mary precisa de falar com ele, nem que seja apenas ver que ele está melhor.
- Sim acho que sim, ele também já quis ir falar com ela, mas não deixa-mos, acho melhor era vir cá.
- Está bem Sam e onde ele está?
- Ele está em casa da Emily.
- Obrigada, até logo.
Quando desliguei os meus pais já não estavam em casa então fui preparar o pequeno-almoço.
Fiz tudo o que o Jake gostava, torradas, leite, café, ovos, bacon…
- Nessie, Nessie. – disse a minha tia Alice a entrar dentro da minha casa.
- Bom dia tia.
- Bom dia querida, a Esme fez um bolo de chocolate, o preferido do Jake.
- Obrigada.
- Adeus Nessie.
Após ter tudo pronto fui acordá-lo.
- Jake, Jake. Acorda dorminhoco. – disse-lhe dando-lhe beijinhos no pescoço.
- Uhhh…acho que vou querer acordar assim todos os dias. – disse-me puxando-me para de baixo dele.
- Jake…vamos comer. – ele beijou-me e levantou-se rapidamente, pelo meu desgosto.
Vestiu a camisola e foi em direcção á cozinha.
- Bolo? – ele perguntou-me.
- É…a minha avó fez.
Ele comeu mais de metade do bolo e ainda torradas, leite, os ovos e o bacon, eu apenas comi uma fatia do bolo, nem sei onde ele metia tanta comida naquele corpinho perfeito.
Após comermos fui para a casa grande para ir ter com a Mary e no caminho comecei a falar com o Jake.
- Achas boa ideia a Mary falar já com o Daniel? – perguntei-lhe temendo a sua resposta.
- Acho que não vai fazer mal, mas temos que estar perto. – assenti e continuamos a caminhar.
Ao entrarmos em casa a Mary veio a correr em minha direcção.
- Nessie, onde te meteste? A tua família só dizia que não ias demorar e já estava farta de esperar, eu quero ir ver o Daniel.
- Bom dia Mary, sim vamos ver agora o Daniel. – e vi o meu pai a lançar-me um ar interrogativo.
“Já falei com o Jake, não há problema nenhum, ela só precisa de saber que ele está bem e depois arranjo uma desculpa para ela ir embora, não vai acontecer nada.”
- Óptimo. Então vamos? Tu saíste muito cedo de casa, não foi? – ela perguntou-me com aquela cara manhosa.
- Sim, eu precisava de falar com o Jake. Olha podes vir no teu carro atrás da mota do Jake? – ela olhou-me surpresa.
- Mas ele vai connosco?
- É uma longa história, depois irás a ficar a saber. – disse-lhe sentando-me na mota.
- Ok, ok, eu agora só quero saber do Daniel. – ela disse ao entrar dentro do carro.
Em menos de 10 minutos já estávamos em La Push e indiquei ao Jake para irmos para casa da Emily.
Assim que chega-mos, toquei com a minha mão na sua mão e disse para ele se acalmar, ao que ele assentiu.
- Então onde está o Daniel? – perguntou a Mary indo em minha direcção, e nesse momento sai o Sam de dentro de casa com a Emily atrás.
- Ei Sam, ei Emily. – eles comprimentaram-nos. – Esta é a Mary.
- Então tu és a famosa Mary, o Daniel está farto de chamar por ti. – disse a Emily na brincadeira.
- Onde é que ele está?
- Tem calma, já o vais ver. – o Sam disse-lhe, e depois dirigiu-se ao Jake. – Jacob, ele já sabe de tudo, só falta a parte de vocês, isso achei melhor seres tu a contar, e ele ficou mais nervoso quando soube que ela vinha. – e olhou para a Mary.
Nesse instante ouvimos uns gritos de dentro de casa.
- ESTOU FARTO DE ESTAR AQUI, EU QUERO IR VÊ-LA, EU TENHO QUE SABER SE ELA ESTÁ BEM. – gritou o Daniel de lá de dentro.
E assim vimos o Daniel a abrir a porta e o Seth a tentar segura-lo.
- Acalma-te Daniel, tens que estar calmo ao pé dela. – disse-lhe o Seth.
- EU NUNCA A IRIA Alei… - e ele parou de falar no momento que olhou nos olhos da Mary e ficou estático como uma pedra e não conseguia se mexer um centímetro.
Olhava para ela com sorrisos e admiração, e ela retribuía, mas nenhum era capaz de se mexer.
- Jake o que está a acontecer?
- Impressão. – disse-me a sorrir.
Espera um pouco, ele disse: Impressão?
Quer dizer que ele vai-lhe contar tudo?
Tudo sobre lobisomens, vampiros e isso tudo? – perguntei ao Jake tocando-lhe no braço dele.
Ele olhou para mim e acenou positivamente e eu quase dei um pulo de tanta alegria, já não terei que esconder tudo da Mary, poderei contar-lhe tudo.
Mas no momento de alegria pensei que ela poderia não me aceitar o que sou, tipo vampiros?
Era muita coisa para uma humana.
E voltei a tomar atenção naquele momento deles os dois, todos estavam calados até ao a Mary correu para os braços do Daniel e todos os lobos meterem-se ao lado do Daniel, mas não aconteceu nada, ele estava muito calmo e sereno.
Entretanto o Sam teve que interromper o momento deles.
- Daniel vamos lá para dentro, temos que te contar mais uma lenda, pois não sabíamos que ia acontecer logo hoje.
- Que lenda? – e nesse momento ele olhou para mim e rosnou, e percebi que era o meu cheiro.
- Daniel não… - o Jake meteu-se á minha frente.
- Daniel o que se passa? É a Nessie… - disse a Mary agarrando-lhe pelo braço.
- Ela…Ela é … - disse ele olhando para mim com desprezo.
- Não Daniel, lembraste que te conta-mos que alguns eram nossos aliados? – disse-lhe o Sam.
- O QUE? – gritou o Jake. – Vocês não lhe contaram dos Cullen?
- Jake desculpa, mas não deu para contar sobre tudo. – defendeu-se o Sam.
- Ok, então vamos lá para dentro e falamos sobre tudo.
Ao entrarmos sentei-me ao lado da Mary no sofá e ela estava assustada e sem perceber nada.
- O que se está a passar Nessie? – ela perguntou-me, enquanto via os lobos irem todos para um quarto.
- Espera um pouco. Já vais perceber. – ela encostou a sua cabeça ao meu ombro e eu pude ouvir a conversa de dentro do quarto, isto é o que dá ter audição de vampiro.
Eles estavam a contar ao Daniel a história da impressão e a dizer-lhe que tinha tido a dele e ele percebeu o porque de ter reagido assim ao ver a Mary e o Sam disse-lhe que neste momento podia-lhe contar tudo, pois era parte dele e ela deveria saber e ele no inicio não queria contar, mas lá aceitou, pois não conseguia viver longe dela e não queria continuar com ela omitindo-lhe informações.
Eles vieram para a sala e começaram a falar com a Mary.
- Mary gostas de histórias de terror? – perguntou o Daniel.
Ela olhou-o com um ar assustado mas o Jake continuou.
Falou sobre as lendas, sobre os frios e de as pessoas da sua tribo se transformarem em lobos para protegerem os humanos dos frios.
- Não me vão dizer que se transformam em lobos pois não? – perguntou a Mary a rir-se, mas ninguém riu com ela e ela meteu uma cara assustada.
O Jake continuou e contou-lhe tudo e ela pareceu fascinada com todas as histórias mas continuou assustada.
No fim ela só disse que precisava de ver com os seus próprios olhos e foram lá para fora todos se transformar e no momento que eles vieram, não sei como, mas a Mary distinguiu de todos o Daniel, que era cor castanho claro.
Eu também iria conseguir distinguir o Jake em qualquer ponto, mas eu pensava que era devido ao seu cheiro maravilhoso e de estar com ele desde bebé, mas a Mary correu para o lobo castanho claro e tocou-lhe no focinho em medo nenhum e foi um momento muito especial, muito bonito e sem palavras para descrever.
Eles voltaram novamente á forma humana e fomos falar sobre a minha família.
- Mary á mais uma coisa que precisas de saber. – eu comecei, e todos os lobos perceberam que era a minha vez de contar.
- O quê Nessie? – ela perguntou-me.
- Bem lembraste da história sobre os frios que o Jacob te contou? – ela acenou afirmativamente.
- Existe uma família de vampiros aqui perto. – ela assustou-se. – Mas são diferentes, apenas caçam sangue de animal, nada de humanos.
- Exacto. E é por isso que não os mata-mos, temos umas tréguas com eles e outras coisas. – disse o Sam a olhar para mim e para o Jake.
- Mary posso-te contar uma história? – ela acenou afirmativamente. E comecei a contar-lhe a história da minha mãe e do meu pai, que uma humana se apaixonou por um vampiro e vice-versa, esse vampiro e a sua família consideravam-se vegetarianos, pois alimentavam-se de sangue animal, e entretanto eles casaram-se e na lua-de-mel a humana ficou grávida, uma coisa que se imaginava impossível. A humana teve um amigo que era lobisomem e gostava dela (nesta parte o Jake bufou e eu sorri para ele) e quando ele soube ficou muito mal e no dia do nascimento da bebé, o lobisomem e a bebé que era meio humana, meia vampira, eles tiverem impressão e a humana teve que passar a ser vampira, pois o parto foi muito doloroso e após algumas lutas e desentendidos (não valia a pena falar sobre os Volturi para não a assustar mais) eles estão juntos e lobos e vampiros vivem harmoniosamente.
Ela ficou a olhar para mim durante alguns minutos e depois falou.
- Ok, tenho algumas perguntas, primeiro: o que é impressão? – ela perguntou e o Daniel respondeu.
- Impressão é tipo amor á primeira vista, mas mais forte. O lobo sabe que a sua impressão é o amor da sua vida. E Mary, eu tive isso por ti á bocado lá fora, por isso estamos a contar-te todas estas histórias. – ela ficou a olhar para ele e depois começou a chorar e abraçou-o.
- Quer dizer que sou o amor da tua vida?
- Sim… mas isso já sabias não? Mesmo sem esta loucura toda. – eles olharam-se por um momento e beijaram-se apaixonadamente.
Mas o Paul tinha que estragar o momento deles e começou a tossir.
- Desculpem … bem tenho mais perguntas. – e olhou para mim. - E para que é que me contaste essa história? Ela é bem bonita. – e era agora que vinha a bomba, se ela não me aceitasse ia perder uma amiga.
- Essa bebé que nasceu de uma humana e um vampiro chama-se… - respirei fundo. – Chama-se Renesmee Cullen. – eu olhei para ela e ela olhou-me assustada, muito assustada e agarrou-se ao Daniel. – Mary, eu não te faço mal, dormiste na minha casa e viste como é a minha família, nós não matamos humanos, Mary por favor não fiques assim assustada. – ela olhou para mim e não sei o que ela pensou, mas ela correu para mim e abraçou-me e começou a chorar.
- Desculpa Nessie, assustei-me só, desculpa, eu considero-te mais que uma amiga e não podia ter reagido assim, desculpa…
- Não faz mal, já passou, e é bom saber que continuas a ser minha amiga. – ela riu-se para mim.
- Mas espera lá, tu na escola comes… - ela olhou para mim e todos riram-se.
- Mary, ouviste a história que te contei? Eu sou meia humana e meia vampira, eu como comida humana, mas é horrível, mas os meus pais e aqui o Jake. – dei-lhe uma cotovelada ao Jake. – eles obrigam-me a comer comida humana, pois dizem que faz bem, por causa da minha parte humana.
- Ok, mas tenho mais uma pergunta, então porque é que o Daniel entrou nisto tudo? – ela fez a pergunta que todos não queriam perguntar.
- O Daniel é meu irmão. – disse o Jake e o Daniel ficou admirado.
- Como tens a certeza?
- Como é que é o nome do teu pai? O que viste para Forks á procura? – perguntou-lhe o Jake.
- Billy Black. – e todos ficaram admirados.
- Pois é o meu pai. – e ele começou a contar-lhe a história toda, desde que a Mary me contou até ao momento que eu soube que eles eram irmãos e estava a transformar-se em lobo e precisava de ajuda, e chamei o Sam e contou-lhe que o pai era vivo, mas que pelo visto traiu a mãe á 18 anos atrás e ela estava morta e concluiu que o pai ainda não sabia que ele estava aqui e tinham que falar com ele.
- Jacob, não sei se é boa ideia ir lá falar com ele. – disse-lhe o Daniel.
- Mas temos e quanto mais rápido, melhor. – e virou-se para mim. – Nessie vai para casa descansar, agora já estou bem.
- Nem pensar, não vou sair do teu lado, principalmente quando fores falar com o Billy, vá vamos os quatro, eu não quero que nenhum de vocês façam algum disparate.
Ele não reclamou e pequei na mão da Mary e fomos em direcção á casa do pai do Jake.
1 de agosto de 2010 às 15:54
Acho esta fanfic um máximo!
Beijos
1 de agosto de 2010 às 15:57
acho esta fic muito fixe!
Beijo :)
27 de agosto de 2010 às 12:46
Oi, só comecei a ler esta fic há pouco tempo e já a devorei! Adoro, acho que é óptima, mas queria saber quando sai o próximo capítulo...
Beijinhos, Bia